CRIAR CANÁRIO
DA TERRA
O canário da terra
(Sicalis flaveola) é o pássaro
canoro mais popular do
Brasil, uma verdadeira
paixão nacional. Ele se
distribui por todo o País em
muitas de suas formas. O mais comum é o que se estende do sul da Bahia até o Norte do
Paraná.
Embora tenha alta taxa de natalidade está ameaçado de extinção em certas regiões onde
outrora era abundante. No entanto, para nossa alegria, a população de CTs tem aumentado
consideravelmente em muitos estados, em especial no sudeste brasileiro. Impressionante o
ritmo desse incremento. Supomos que se deve a vários fatores: cessação da caça predatória,
conscientização do respeito e do cuidado com o meio ambiente, proliferação desenfreada do
capim “brachiaria” e maior eficiência da fiscalização.
Mesmo assim, há a necessidade premente de incrementarmos a sua reprodução
doméstica para o oferecimento de pássaros à demanda não capturados na natureza. Precisamos
poder efetivamente ajudar a sociedade a praticar, onde for
necessária, a reintrodução na natureza, logicamente
obedecendo os protocolos oficiais para este processo. Com
o canário é muito fácil executá-la. O repovoamento se dá
em progressão geométrica, em poucos anos originários de 5
casais podem ser tornar milhares se as condições
ambientais forem boas.
Com muita satisfação, após contatos e palestras
efetuadas em várias universidades, tais como a de Botucatu,
Lavras, e Viçosa notamos um interesse em ajudar no estabelecimentos de projetos de
desenvolvimento de criação do CTs, estamos aguardando. Iniciou-se, também, com a
respectiva normatização pelo IBAMA, a implementação de criadores com objetivos comerciais,
o que ótimo, é o uso sustentado e ajuda a combater o tráfico ilegal bem como gerar emprego e
rendas.
Do mesmo passo, a Lei de Proteção à Fauna e a Lei de Crimes Ambientais estão aí e
esta última é muito rigorosa com os infratores. Aqueles que quiserem um pássaro nativo
nacional terão que adquiri-lo de um criadouro legalizado. É o que diz a Lei e as Normas do
IBAMA, é assim o que a sociedade quer. E é isto que estamos fazendo e que temos que fazer. É
a nossa obrigação como passarinheiros, porque, inclusive, queremos continuar convivendo com
nossos CTs.
É difícil criar os canários? Não, não é!!!
Relatamos a seguir a experiência que temos com a
criação do canário-da-terra. É o pássaro brasileiro de
mais fácil manejo. Come de tudo e se adapta com
facilidade a qualquer tipo de ambiente. Suporta bem o
frio e calor ocorrentes em todas as regiões do Brasil.
Temos, contudo, se quisermos obter sucesso, que
escolher um local adequado para que eles possam
exercer a procriação. Esse local deve ser claro, arejado e
sem correntes de vento. A temperatura ideal deve ficar na faixa de 20 a 32 graus Celsius e umidade relativa entre 40 e 70%. O sol não precisa ser
direto, mas se puder ser na parte da manhã, melhor ainda.
A melhor época para a reprodução no Centro Sul do Brasil é de novembro a maio,
coincidente com o período chuvoso. Pode-se criar em viveiros,
mas pela dificuldade de todo o manejo, notadamente do controle
do ambiente e da higiene é melhor criar-se em gaiolas. Essas
devem ser de puro arame, com medida de 60cm comprimento X
30cm largura X 35 cm altura, com quatro portas na frente,
comedouros pelo lado de fora. No fundo ou bandeja colocar
papel, tipo jornal para ser retirado todos os dias logo que o canária tomar banho, momento esse
que se deve retirar a banheira para colocá-la no outro dia de manhã cedo.
O ninho (caixa tipo ninheira feita de madeira) tem as seguintes dimensões: 25 cm
comprimento X 14 cm largura X 12 cm. altura, e tem que ser
colocado pelo lado de fora da gaiola para não ocupar espaço.
Terá uma tampa móvel e outra gradeada para o manuseio de
filhotes e de ovos. O substrato – material para o canário
confeccionar o ninho – deve ser o saco de estopa novo ( para
ensacar café), fiapo de casca de coco e cabelo de cavalo cortados
a 15 cm. Esses são os três elementos ideais para facilitar a canária a fazer um mix para uma
cama perfeita e confortável para ela e para o filhote.
Colocar o material no fundo da gaiola que a fêmea, quando estiver na hora, carrega
sozinha para a caixinha do ninho. O número de ovos de cada
postura varia entre 4 e 6, e cada canária choca 4 vezes por ano,
podendo tirar até 20 filhotes por temporada. Muitas canárias
precisam estar juntas com os canários porque não conseguem
fazer o ninho sozinhas, notadamente no inicio das temporadas
e quando só novinhas. Nesse caso colocar o macho junto e só
retirar depois de 8 dias de choco, aí não largam mais o ninho
com ovos, ficam em estado de choco.
As canárias podem ficar bem próximas umas das outras separadas por uma divisão de
tábua ou plástico, mas não podem se enxergar de forma alguma.
Não se pode, porém, trocá-las de posição. Senão, matam os
filhotes ou interrompem o processo do choco, se isto acontecer.
O filhote nasce aos treze dias depois de a fêmea deitar e
sai do ninho também aos treze dias de idade, pode ser separado
da mãe com 35 dias. Com 8 meses, ainda pardos, já poderão
procriar. Cuidado porque fêmeas muito novas costumam entalar
ovo, é melhor deixá-las para criar a partir de um ano de idade.
A Lagopas possui uma fêmea que está com quase dez anos de idade e ainda cria perfeitamente.
Dela há mais de 100 filhotes, é uma produtividade fantástica. As anilhas serão colocadas do 5
O
ao 8
o
dia, com anilha 2.8 mm. Podem-se trocar os ovos e os filhotes de mãe quando estão no
ninho, sem prejudicar ou causar abandono da fêmea. Lógico que,
tem-se que proceder com muito zelo e cuidado para executar essas
operações.
A alimentação para as aves em processo de reprodução é a
seguinte: Alpiste 50%, painço amarelo 30%, senha 10% e Níger 10%.
Além disso, pode-se ministrar um “mix seco” de 25% de ração de
codorna pura X 25% de milharina X 25% farinhada balanceda X 25%
vitamina de canário belga. Adicionar nesse mix 20% de grit em pó (pedra canga + calcário
calcítico, farinha de ostra + areia de rio + carvão. Excelente também, a ração extruzada que deve ser colocada à disposição em vasilha separada de forma
perene. No período de choco, quando há filhotes sendo tratados
pela mãe, é preciso comida úmida que deve ser ministrada
através de farinhada balanceada de boa qualidade, acrescida de
ovo cozido. Recomendamos ovo em pó, livre de salmonelas.
Cada vez mais, as farinhadas estão melhorando a respectiva
qualidade, há inúmeras no mercado que podem ser utilizadas.
Necessário, também o cuidado com as “aflatoxinas”, para tanto
adicionar sequestrante delas, fundamental para o sucesso na
criação. Não recomendamos a ministração de verduras de espécie alguma, provoca diarréia, há
o perigo de agrotóxico e de ser um produto perecível.
Quando separar os filhotes das fêmeas é bom deixá-los juntos num voador (gaiolão), de
1m a 1.20ms a razão de 10/12 por unidade, até terminar a muda por volta de seis meses.
Não adianta, porém, ter todo esse cuidado se não tivermos atenção especial com a
higiene, tem-se que ter toda a precaução, principalmente com os
fungos, o maior inimigo da criação. Cuidar bem dos poleiros, dos
bebedouros, dos ninhos e de todos os utensílios utilizados.
Armazenar os alimentos fora da umidade e não levar aves estranhas
para o criadouro antes de se fazer a quarentena.
Utilizar um macho de excelente qualidade para 5 fêmeas.
Nunca deixá-lo junto, pois ele quase sempre prejudica o processo
de reprodução. O melhor é colocá-lo para galar e imediatamente afastar da fêmea é o processo
de poligamia.
Quando não estiverem em fase de reprodução dar a mistura de grãos acima descrita, o “mix
seco” e ração extruda, somente.
O canário que canta “Metralha” é muito valorizado o que ajuda a transação dos filhotes.
Assim, é recomendável procurar-se um que já cante este dialeto para ensinar os filhos desde o
ovo. Esse método facilita muito o aprendizado. Se não for possível utilizar fitas, podem ser as
do Magnata, do Tito, do Professor e do Fantoche. De canto comum
de “Estalo” tem a do Casaca. Se o interesse for para a “Fibra”,
utilizar a fita do Manezinho e na reprodução machos com a
característica e que volte a cantar rapidamente em todos os poleiros
da gaiola. Recomendamos sempre utilizar com “raçadores” pássaros
de alta genética nesse mister. Há ainda a disputa de canto da
modalidade “canto livre” é aquele que canta mais em 5 minutos.
Outra forma de criação importante são as mutações, muito comum no canário-da-terra.
Cada vez mais pessoas estão se dedicando a elas, desperta muito interesse porque é o inusitado,
o diferente, cada qual consegue fixar mais uma cor do que a outra.
São canários cujas penas tem um tom bem mais branco ou amarelo ou canela. É um
fenômeno da própria natureza – o albinismo - que os criadores
estão fixando através da incrementação do cruzamento entre
pássaros com essas características.
Na natureza, as subespécies não se misturam porque
vivem e regiões diversas, são morfologicamente diferentes, a
linguagem é outra e a cor das penas notadamente das fêmeas
são dispares. Embora, domesticamente quase não haja
diferenças entre o aspecto, o comportamento e a alimentação,
os mestiços tendem em pouco tempo a não apresentar diferenças morfológicas com os puros.
Utilizam-se os de origem do nordeste brasileiro – estranhamente não classificados oficialmente e o mais comum canário de origem paulista/mineiro. O nordestino é mais amarelo e mais belo,
mais forte e resistente às doenças.
Importante dizer sobre a roda de Fibra, principalmente em São Paulo e no Sul de Minas
esse tipo de torneio de canto está cada vez mais concorrido. Há rodas como a de Ribeirão Preto
e região onde participam cerca de 200 canários, com tendência a aumentar.
De outro lado, a utilização de canários para combates tem provocado uma forte reação
contrária da mídia. Não há como dizer e convencer à sociedade que essa prática é correta. O
Poder Público, através do IBAMA, tem sido bastante rigoroso com as pessoas que exercem
esse tipo de ação.
O canário é um pássaro relativamente barato e os números de criadores que reproduzem
está crescendo muito. Todos só querem filhotes de campeões e está provado que os pássaros
nascidos domesticamente são melhores que os seus irmãos selvagens. O canário não foge à
regra, é fácil comprovar. Cruzando-se os melhores com os melhores conseguiremos
verdadeiras máquinas de cantar.
Uma sugestão importante: para obter pássaros campeões só cruze canários de excelente
qualidade porque através desse tipo de melhoramento genético vamos cada vez mais
desestimular que as pessoas procurem pássaros de origem desconhecida. Temos a certeza que a
criação de CTs, no Brasil, chegará, em breve, a um nível de desenvolvimento tão inusitado
que será uma verdadeira referência da exploração sustentada de um recurso natural.
Referências: canário da terra; botton d’or; jilguero, saffron finch , chapinha, sicalis flaveola,
pelzelni,
Aloísio Pacini Tostes
www.lagopas.com.br
Texto com autorização prévia de uso por parte do autor!
DA TERRA
O canário da terra
(Sicalis flaveola) é o pássaro
canoro mais popular do
Brasil, uma verdadeira
paixão nacional. Ele se
distribui por todo o País em
muitas de suas formas. O mais comum é o que se estende do sul da Bahia até o Norte do
Paraná.
Embora tenha alta taxa de natalidade está ameaçado de extinção em certas regiões onde
outrora era abundante. No entanto, para nossa alegria, a população de CTs tem aumentado
consideravelmente em muitos estados, em especial no sudeste brasileiro. Impressionante o
ritmo desse incremento. Supomos que se deve a vários fatores: cessação da caça predatória,
conscientização do respeito e do cuidado com o meio ambiente, proliferação desenfreada do
capim “brachiaria” e maior eficiência da fiscalização.
Mesmo assim, há a necessidade premente de incrementarmos a sua reprodução
doméstica para o oferecimento de pássaros à demanda não capturados na natureza. Precisamos
poder efetivamente ajudar a sociedade a praticar, onde for
necessária, a reintrodução na natureza, logicamente
obedecendo os protocolos oficiais para este processo. Com
o canário é muito fácil executá-la. O repovoamento se dá
em progressão geométrica, em poucos anos originários de 5
casais podem ser tornar milhares se as condições
ambientais forem boas.
Com muita satisfação, após contatos e palestras
efetuadas em várias universidades, tais como a de Botucatu,
Lavras, e Viçosa notamos um interesse em ajudar no estabelecimentos de projetos de
desenvolvimento de criação do CTs, estamos aguardando. Iniciou-se, também, com a
respectiva normatização pelo IBAMA, a implementação de criadores com objetivos comerciais,
o que ótimo, é o uso sustentado e ajuda a combater o tráfico ilegal bem como gerar emprego e
rendas.
Do mesmo passo, a Lei de Proteção à Fauna e a Lei de Crimes Ambientais estão aí e
esta última é muito rigorosa com os infratores. Aqueles que quiserem um pássaro nativo
nacional terão que adquiri-lo de um criadouro legalizado. É o que diz a Lei e as Normas do
IBAMA, é assim o que a sociedade quer. E é isto que estamos fazendo e que temos que fazer. É
a nossa obrigação como passarinheiros, porque, inclusive, queremos continuar convivendo com
nossos CTs.
É difícil criar os canários? Não, não é!!!
Relatamos a seguir a experiência que temos com a
criação do canário-da-terra. É o pássaro brasileiro de
mais fácil manejo. Come de tudo e se adapta com
facilidade a qualquer tipo de ambiente. Suporta bem o
frio e calor ocorrentes em todas as regiões do Brasil.
Temos, contudo, se quisermos obter sucesso, que
escolher um local adequado para que eles possam
exercer a procriação. Esse local deve ser claro, arejado e
sem correntes de vento. A temperatura ideal deve ficar na faixa de 20 a 32 graus Celsius e umidade relativa entre 40 e 70%. O sol não precisa ser
direto, mas se puder ser na parte da manhã, melhor ainda.
A melhor época para a reprodução no Centro Sul do Brasil é de novembro a maio,
coincidente com o período chuvoso. Pode-se criar em viveiros,
mas pela dificuldade de todo o manejo, notadamente do controle
do ambiente e da higiene é melhor criar-se em gaiolas. Essas
devem ser de puro arame, com medida de 60cm comprimento X
30cm largura X 35 cm altura, com quatro portas na frente,
comedouros pelo lado de fora. No fundo ou bandeja colocar
papel, tipo jornal para ser retirado todos os dias logo que o canária tomar banho, momento esse
que se deve retirar a banheira para colocá-la no outro dia de manhã cedo.
O ninho (caixa tipo ninheira feita de madeira) tem as seguintes dimensões: 25 cm
comprimento X 14 cm largura X 12 cm. altura, e tem que ser
colocado pelo lado de fora da gaiola para não ocupar espaço.
Terá uma tampa móvel e outra gradeada para o manuseio de
filhotes e de ovos. O substrato – material para o canário
confeccionar o ninho – deve ser o saco de estopa novo ( para
ensacar café), fiapo de casca de coco e cabelo de cavalo cortados
a 15 cm. Esses são os três elementos ideais para facilitar a canária a fazer um mix para uma
cama perfeita e confortável para ela e para o filhote.
Colocar o material no fundo da gaiola que a fêmea, quando estiver na hora, carrega
sozinha para a caixinha do ninho. O número de ovos de cada
postura varia entre 4 e 6, e cada canária choca 4 vezes por ano,
podendo tirar até 20 filhotes por temporada. Muitas canárias
precisam estar juntas com os canários porque não conseguem
fazer o ninho sozinhas, notadamente no inicio das temporadas
e quando só novinhas. Nesse caso colocar o macho junto e só
retirar depois de 8 dias de choco, aí não largam mais o ninho
com ovos, ficam em estado de choco.
As canárias podem ficar bem próximas umas das outras separadas por uma divisão de
tábua ou plástico, mas não podem se enxergar de forma alguma.
Não se pode, porém, trocá-las de posição. Senão, matam os
filhotes ou interrompem o processo do choco, se isto acontecer.
O filhote nasce aos treze dias depois de a fêmea deitar e
sai do ninho também aos treze dias de idade, pode ser separado
da mãe com 35 dias. Com 8 meses, ainda pardos, já poderão
procriar. Cuidado porque fêmeas muito novas costumam entalar
ovo, é melhor deixá-las para criar a partir de um ano de idade.
A Lagopas possui uma fêmea que está com quase dez anos de idade e ainda cria perfeitamente.
Dela há mais de 100 filhotes, é uma produtividade fantástica. As anilhas serão colocadas do 5
O
ao 8
o
dia, com anilha 2.8 mm. Podem-se trocar os ovos e os filhotes de mãe quando estão no
ninho, sem prejudicar ou causar abandono da fêmea. Lógico que,
tem-se que proceder com muito zelo e cuidado para executar essas
operações.
A alimentação para as aves em processo de reprodução é a
seguinte: Alpiste 50%, painço amarelo 30%, senha 10% e Níger 10%.
Além disso, pode-se ministrar um “mix seco” de 25% de ração de
codorna pura X 25% de milharina X 25% farinhada balanceda X 25%
vitamina de canário belga. Adicionar nesse mix 20% de grit em pó (pedra canga + calcário
calcítico, farinha de ostra + areia de rio + carvão. Excelente também, a ração extruzada que deve ser colocada à disposição em vasilha separada de forma
perene. No período de choco, quando há filhotes sendo tratados
pela mãe, é preciso comida úmida que deve ser ministrada
através de farinhada balanceada de boa qualidade, acrescida de
ovo cozido. Recomendamos ovo em pó, livre de salmonelas.
Cada vez mais, as farinhadas estão melhorando a respectiva
qualidade, há inúmeras no mercado que podem ser utilizadas.
Necessário, também o cuidado com as “aflatoxinas”, para tanto
adicionar sequestrante delas, fundamental para o sucesso na
criação. Não recomendamos a ministração de verduras de espécie alguma, provoca diarréia, há
o perigo de agrotóxico e de ser um produto perecível.
Quando separar os filhotes das fêmeas é bom deixá-los juntos num voador (gaiolão), de
1m a 1.20ms a razão de 10/12 por unidade, até terminar a muda por volta de seis meses.
Não adianta, porém, ter todo esse cuidado se não tivermos atenção especial com a
higiene, tem-se que ter toda a precaução, principalmente com os
fungos, o maior inimigo da criação. Cuidar bem dos poleiros, dos
bebedouros, dos ninhos e de todos os utensílios utilizados.
Armazenar os alimentos fora da umidade e não levar aves estranhas
para o criadouro antes de se fazer a quarentena.
Utilizar um macho de excelente qualidade para 5 fêmeas.
Nunca deixá-lo junto, pois ele quase sempre prejudica o processo
de reprodução. O melhor é colocá-lo para galar e imediatamente afastar da fêmea é o processo
de poligamia.
Quando não estiverem em fase de reprodução dar a mistura de grãos acima descrita, o “mix
seco” e ração extruda, somente.
O canário que canta “Metralha” é muito valorizado o que ajuda a transação dos filhotes.
Assim, é recomendável procurar-se um que já cante este dialeto para ensinar os filhos desde o
ovo. Esse método facilita muito o aprendizado. Se não for possível utilizar fitas, podem ser as
do Magnata, do Tito, do Professor e do Fantoche. De canto comum
de “Estalo” tem a do Casaca. Se o interesse for para a “Fibra”,
utilizar a fita do Manezinho e na reprodução machos com a
característica e que volte a cantar rapidamente em todos os poleiros
da gaiola. Recomendamos sempre utilizar com “raçadores” pássaros
de alta genética nesse mister. Há ainda a disputa de canto da
modalidade “canto livre” é aquele que canta mais em 5 minutos.
Outra forma de criação importante são as mutações, muito comum no canário-da-terra.
Cada vez mais pessoas estão se dedicando a elas, desperta muito interesse porque é o inusitado,
o diferente, cada qual consegue fixar mais uma cor do que a outra.
São canários cujas penas tem um tom bem mais branco ou amarelo ou canela. É um
fenômeno da própria natureza – o albinismo - que os criadores
estão fixando através da incrementação do cruzamento entre
pássaros com essas características.
Na natureza, as subespécies não se misturam porque
vivem e regiões diversas, são morfologicamente diferentes, a
linguagem é outra e a cor das penas notadamente das fêmeas
são dispares. Embora, domesticamente quase não haja
diferenças entre o aspecto, o comportamento e a alimentação,
os mestiços tendem em pouco tempo a não apresentar diferenças morfológicas com os puros.
Utilizam-se os de origem do nordeste brasileiro – estranhamente não classificados oficialmente e o mais comum canário de origem paulista/mineiro. O nordestino é mais amarelo e mais belo,
mais forte e resistente às doenças.
Importante dizer sobre a roda de Fibra, principalmente em São Paulo e no Sul de Minas
esse tipo de torneio de canto está cada vez mais concorrido. Há rodas como a de Ribeirão Preto
e região onde participam cerca de 200 canários, com tendência a aumentar.
De outro lado, a utilização de canários para combates tem provocado uma forte reação
contrária da mídia. Não há como dizer e convencer à sociedade que essa prática é correta. O
Poder Público, através do IBAMA, tem sido bastante rigoroso com as pessoas que exercem
esse tipo de ação.
O canário é um pássaro relativamente barato e os números de criadores que reproduzem
está crescendo muito. Todos só querem filhotes de campeões e está provado que os pássaros
nascidos domesticamente são melhores que os seus irmãos selvagens. O canário não foge à
regra, é fácil comprovar. Cruzando-se os melhores com os melhores conseguiremos
verdadeiras máquinas de cantar.
Uma sugestão importante: para obter pássaros campeões só cruze canários de excelente
qualidade porque através desse tipo de melhoramento genético vamos cada vez mais
desestimular que as pessoas procurem pássaros de origem desconhecida. Temos a certeza que a
criação de CTs, no Brasil, chegará, em breve, a um nível de desenvolvimento tão inusitado
que será uma verdadeira referência da exploração sustentada de um recurso natural.
Referências: canário da terra; botton d’or; jilguero, saffron finch , chapinha, sicalis flaveola,
pelzelni,
Aloísio Pacini Tostes
www.lagopas.com.br
Texto com autorização prévia de uso por parte do autor!
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